quarta-feira, 16 de abril de 2008

O Caso da Menina.

Há uma menina voando
e permeando imaginários.
Solta nos cantos, e leve,
enriquecendo noticiários.

Há uma menina de alma nobre
voando solta por sobre fios e telhados
transformada em pequeno anjo,
passeando por campos de trigo, e por cabeças,
tentando entendê-las e reanimá-las.

Há uma menina que cansa
do mundo adulto, da infância, e voa
por casas de barro atravessa
e dança, chorosa criança ao inverso.

Sente saudades da mãe,
e do pouco carinho que a anima,
mas está em outro mundo a menina
voando por sobre todos, e sorrindo.

Há uma menina voando por aí,
subvertendo no submundo.
Anda brincando solta com humanos
passando por casas de cimento e alvenaria sólida.

Há uma menina tão nova.
Voam os cabelos dela,
sentada no alto de uma grande colina,
anda tão livre e bela, a pequena
trazendo sorrisos singelos de menina.

Há uma menina de olhos ponderados,
que no auge da inocência,
voando por entre pessoas,
anda buscando nas valas, nos vales e florestas, um alento.

Quem sai brincando lá fora, ao vento?
Que grita ao espaço sussurros escassos?
Baixinho ela fala aos ouvidos do tempo
para que a entendam, menina,
para que a entendam.

Eu vi tuas lágrimas puras chorarem
e vi tua alma, sem saber onde chegara,
e ainda digo a todos
há uma menina voando,
por sobre o nosso inventário,
reinventando os horários
e pedindo, por favor, pra que ela voe em paz.

Há uma menina que ama, voando
longe da casa, do quarto, da janela.
Há uma menina que anima as noites, tão bela,
e chama a mãe, Carolina, como uma irmã,
pedindo que lhe conte histórias em voz alta.

Há uma menina, no topo da ribalta,
olhando com angústia, calada, intensa,
cegando os olhos de luzes, às luzes da imprensa,
pedindo, por favor, que desliguem as cameras,
fechem os cadernos, os olhos, falem da vida
e vão dormir, tranquilos.

Um comentário:

Anônimo disse...

As vezes fico perdida e confusa me perguntando se é comigo.
Mais é impossível.
Pura ilusão da minha cabeça.

:*