domingo, 7 de setembro de 2008

Dos Meus Olhares.

Por onde quiser, quereres,
onde estiver, e estares,
lá estou eu, e eles,
meus vãos olhos estúpidos e olhares.

Aos teus pés onde estiveres,
quem quer que sejas ou quem serás,
atrás de dez fatais prazeres banais,
a olhar a sós teus sóis a me iluminares.

Nos vãos lugares em que estiverdes,
que seja eu, que serdes mais,
pra que em minhas veias tu fluíres
e em minhas artérias tu caibais.

Dos meus olhares partem rentes,
pérfidas flechas sãs, mortais,
pois nos teus olhos, através, ausentes,
não passam mares, nem ares, jamais.


Não sedes mais na minha sede,
nem estende a flâmula fugaz,
pois em meus olhares quentes também eres
de sós olhos ferventes e canibais.

7 comentários:

Anônimo disse...

os meus olhares.

:*

tchuly disse...

eu já pensei muito sobre olhares, por exemplo. mas jamais conseguiria expressar assim, de forma tão bonita como você escreveu (e escreve), bernd poeta :)

Clarice Mendes disse...

Gostei do poema bernardo,acredito que só os olhares conseguem ir além das palavras.
Muito bem escrito :)

Unknown disse...

pois nos teus olhos, através, ausentes,
não passam mares, nem ares, jamais.

Natália Nunes disse...

que belo!
gostei muito da segunda estrofe.

esse negócio de rimas e conjugação verbal é para poucos bons.

Clareana Arôxa disse...

Estava pensando nisso de olhar também. A propósito,qual o limiar de passado e presente?

Bernardo Sampaio disse...

eu nem me preocupei com conjugação, nem sei se tá certo o uso dela. foi mais pq as palavras fluiram, elas foram pedindo espaço dentro do verso.

e o limiar entre passado e presente é o tamanho da dor da gente.