quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Corpo/Carnaval (Reencontro).

Que alcoólico!
Não pensei em refutar aqueles braços
que cheiravam a carnaval.
Seu corpo estava em festa.

Ali, naquela baixa luz
onde tudo era baixo,
dançando sem pudor
até quando puder.

Parecia haver nela
tamanha paixão e loucura.
Seu corpo se agitava,
e nós descíamos a ladeira.

Mas por que ainda há
em mim essa imagem,
se seu corpo era só vertigem?

Por que sua boca ainda
parece impressa aos lábios,
assim como uma prece à cabeça?

Por que toda aquela pressa
de me amar,
e me tornar imenso?

Nos seus braços e nas mãos,
enlaçado aos meus pés,
um calor de céu
a não sei quantos graus.

Nos seus olhos tenebrosos
havia um tempo acumulado
de quem já havia me esperado
de algum outro carnaval.

Talvez essa fosse
a sua angústia.

5 comentários:

Rose Lima. disse...

carnaval: vai e volta.

(tem gente que não se sente.)

Thaís Salomão disse...

lindo!
me surpreende cada vez mais com esses teus finais...mas, confesso que outra estrofe me chamou atenção:

Por que toda aquela pressa
de me amar,
e me tornar imenso?

é que esse imenso eu imaginaria sempre dela, sempre (n)ela e não dele/nele.

beijo!

Thaís Salomão disse...

porque isso, hein?
alguma explicação? haha

Thaís Salomão disse...

é!
é porque tu que percebesse isso, nem eu tinha parado pra observar... agora me dá uma explicação, oras!
tou tentando formular alguma mas não tou conseguindo...

Gisa Leão disse...

"...de quem já havia me esperado
de algum outro carnaval."

Tocante.
Quantos mais não estão também perdidos por aí, esperando... [?]

por você, por mim, por alguém enfim...


=]