quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Poesia Urbana II (Ao Cair a Tarde).

Ao jantar,
com jeito
de quem quer
comer,
sem jeito,
pois não há
o que
encontrar
só pedir
de fome.

Julga
mais
tarde
que há
solução
joga
os trapos
ao mar,
se junta
a jangada
que parte
atravessando
a ponte
por sobre
o rio
que dilata.
É onde
o barco
atola,
é onde
estou lá?

A lama
lota
e o calor
esgota
o suor
que espalha
o pêlo
da púbis.

Já caindo
de sol
na ponte,
ao horizonte
poente,
o menino
pede
pois pedir
pouco
é pouco
pior
que roubar.

Passa ali
pelo cais
ao cair
da tarde,
troca
o trocado
por três
notas
de dois.
Tenta
faturar
mais,
antes
de voltar.

Passeia
de brisa
ao mar
quando
o espaço
não há
no ônibus,
pois a solução
é surfar
pra chegar
quem sabe
vivo
na virulenta
casa
de subúrbio
e barro.

Mas
pra quê chegar,
se já
não há
certeza
bem como
não há
sorte?

No fim
da noite
com o fio
da fome
pede
a quem vê
e anda
ante
a ponte,
pára
no parapeito,
e pula
mas somente
pra se distrair
na água
suja do rio.

2 comentários:

...loucos apontamentos disse...

Criar imagens...

Mt boas por sinal.

Conhece o NÓs PÓS?

vai ter um encontro d9ia 04/02/09 eu acho, la no burburinho da uma sacada la:

http://nospos.blogspot.com/

dansesurlamerde disse...

Bernardo.

lindo lirismo numa urbanidade triste...

beijo.