terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Vinho Tinto.

Se é tanto o vinho, o tinto, risonho,
se é triste esse copo que trinca o sonho,
maior é minha sede,
maior é o desejo de me desregrar.

Se é tamanha a tolice do álcool,
se tomando essa taça me sinto ator,
então represento meu ato alcoólico
pra atar-me a ti.

Tão logo tu tinge teus olhos, louca, e a cara,
e pinta também teus desejos de tequila,
pra só então emaranhar-te de volúpias,
e atuar com tuas pernas em mim.

Portanto é esse vinho que enerva,
e aumenta a vontade que se conserva,
no meu anseio inquietante, de manter-me ébrio,
e assim ferver tua respiração e teus lábios.

É lá de onde parte, meu porto de vícios,
ao parir teus olhares de vinho tinto,
um hiato,
e ao ver, dilatando minhas pupilas numa lata,
teu corpo pungente atuar como num teatro.

2 comentários:

Thaís Salomão disse...

cada vez mais a tua escolha de palavras fica mais certeira nos versos.
isso é de se admirar.

feliz ano novo, bernardo.
muita poesia pra gente!

um beeijo

Unknown disse...

concordo! vc está cada vez mais certeiro mna escolha de palavras! =)