terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Moleque.

Na degradação dolorosa da vida,
o que nos sobra é um rosto
não mais que uma fossa,
manchada de escusas
e ressentimentos.

O que sobe é a dor na cabeça,
desregrada de docilidades,
abandonada numa felicidade
que não houve,
e que nem pode haver.

Não há o que negar
nem renegar num rosto vazio,
em que já não há
o que se enxergar,
nem de perto, nem de longe.

Um rosto que percebe,
na sua condição injusta,
que nada é o amanhã
e que essa dúvida
de viver ou vingar
é o que lhe resta para hoje.

Sem medo de morrer,
sem medo de apanhar.

Um comentário:

Unknown disse...

Um rosto que percebe,
na sua condição injusta,
que nada é o amanhã
e que essa dúvida
de viver ou vingar
é o que lhe resta para hoje.

muito triste.