sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Ágata.

Eu sinto o vento na pele,
eu movo o vento pra mim,
e a lua eu trago aos meus pés
e ao brilho de meus olhos e lágrimas.

Eu sinto o vento na ponta dos pêlos
e movo a terra pra mim.
O mar vou saudar, e me salga
a água, que é extensão de mim.

O lenço ao vento são dedos.
O vento me beija, me enlaça
o bem da terra, as estrelas,
pois a terra me move, me joga.

Sou confidente das palhas dos coqueiros,
que me contam segredos de madrugada,
dos passos dos homens que tenho medo,
pra fugir deles, do mundo, e ser o mundo.

Eu movo as águas do rio quando choro
e peço paz na minha prece celeste, acordada.
Eu trago as estrelas até mim, absortas,
que me saudam e me ouvem, atentas.

Sou o oposto do urbano, e o subverto,
sou o passo leve das aves, dos bichos,
sou a seiva saliente das árvores
e a calma contente das pessoas simples.

Um comentário:

dansesurlamerde disse...

eu sou o urbano.
mas confesso que me senti em paz ao ler teu poema.
beijo.