quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A Língua.

A língua lambe o céu da boca.
A língua, lânguida, longínqua,
libera a libido, longe, solta
e pinta o paralelo da lua,
a língua, indistinta, leve, louca.

Aos lábios a língua saliva,
lubrifica lacante a boca alheia,
no lounge do limbo excita a veia,
na luta cavalar que trava lá,
sem lógica, lugar ou moral.

A lascívia dos olhos, que lacrimeja,
a leste dos lábios, e longe da língua.
Aos olhos invade a inveja, que almeja
a longitude dos lábios, sua luxúria,
seu lugar lúbrico e a liberdade do labor.

Ao lavrar sua lástima, deseja a língua,
livrar-se das lágrimas latentes dos olhos,
e o fala dos lugares lúdicos que só ele vê,
da beleza das letras, e o lançar do amor,
que aos lábios e línguas lhe podem tocar.

2 comentários:

tchuly disse...

adorei esse!

Natália Nunes disse...

engraçado, hj eu escrevi sobre a língua também, mas foi prosa, a primeira prosa que tentei em não sei qto tempo depois de me habituar à poesia.

gostei do seu blog :)