quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Análise do Tempo.

De tanto vermos correr a lebre de nosso momento
e nem termos a vaga idéia profana
ou, sequer, a chance do arrependimento,
nos vemos à deriva na vida,
onde a fruta, já apodrecida,
é colhida à toa, sem sentimento.

Nós vemos correr esse tempo
e esse tempo, lebre, como experto voa.
Não lebre, sem asa, mas ave,
pois o tempo destoa sem pensar no tempo.
Nós que indagamos como ele, traiçoeiro, age
sem nos importar, inertes, com o valor do que falamos.

Não queremos correr, mas corremos.
Não queremos pensar, mas pensamos.
Pois, na correria do tempo,
seja ele ave ou lebre,
sem querer, mesmo pensando
é por ele que, sendo levados, estamos.

Não quero pensar que ele se liberta.
Desejaria aprisioná-lo se me fosse viável,
mas o tempo é ser humano estranho, improvável
e dele não se há de extrair resposta certa
ou certeza que ache nesse mundo incorreto
ou esse mundo incerto em seus planos e metas.

Nenhum comentário: