quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Estrela Cadente ou Poema Meloso.

É só dizer: - Não te quero.
- Não te quero, e vá embora.
Pra eu não dizer que te espero
e te espero mais, como agora.

É amarga minha hora, meu anseio e penar
que aqui, junto a todos, qualquer um assiste.
Só quero dizer-te para de mim lembrar,
sem me achares tão tolo nessas horas tristes.

É só dizer-me três palavras amargas,
que engolirei eu mesmo minha dor
- Não te quero. Nem quero amar-te.
E irei embora, tão sozinho quanto hoje sou.

Não adianta guardar o que hoje me mostras,
pois não sorris pra mim daquela forma radiante.
É de mim, que eu já sei, que tu não mais gostas,
apesar de querer-te, estrela, assim, cadente.

Não andas tão quente quanto antes
e teus instantes comigo são eternos.
Vês o tempo passando nesse teu inverno,
branco, seco, e ao meu lado, distante.

Pra mim ainda és pérola, estrela,
pois não tenho vergonha de amar-te.
Pena que teu amor é cadente
e com minha rede não há como segurar-te.

Segue teu rumo nessa hora em que choro
e não olhas por mim, que eu mesmo olho.
Não pensas que me abandonas por toda vida,
pois tu, estrela cadente, no céu da minha lembrança ainda brilha.

Um comentário:

Gisa Leão disse...

Ah, os Amores unilaterais!
Sentimento recorrente à todos, nem que seja uma única vez!