segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Despertar.

No ranger da cama, eu acordei
enquanto fronhas e pijamas,
no acordar das coisas matinais,
no pouco ruído dos carros,
no som das árvores, do mar,
se amassavam e se enrolavam nos lençóis.

O sol batia levemente sobre a cama
mas hoje, quente, ela me aquecia,
o lençol da cama, as fronhas, o dia.
E de novo à cama me prostrei.

Mesmo contra o que eu queria, levantei.
E assim, a cama desfeita,
esta sujeita mal amada por mim,
parecia pedir outra jornada,
como uma amante da noitada, fria,
mesmo ciente dos afazeres meus.

- Pois sim, cama, já não és minha
pertences aos objetos da casa.
Agora saio pra fazer meu dia,
tomar um magro café, um pouco banho e ganhar asas.
Asas tolhidas.
À noite volto à minha vida.
E te agradeço pela espera.

No sol não tão quente do dia, eu saio.
A vida começa com um ar de preguiça.

(dezembro 06)

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