domingo, 23 de novembro de 2008

A Vivência do Talvez.

A gente vai vivendo sem ver,
sem nos revelar pensamentos
numa sobriedade mórbida
continuando sem ver.

A gente, que vivendo sem ver,
acaba por cair no vício, no ócio,
sem perceber que há risco
de cair.

A gente vai vivendo sem ver
nós mesmos, sem ver ninguém,
nessa mordida de tempo,
que parece que vai levando,
viagem revelada sem volta.

Vivendo tanto sem ver, desassossego.
que às vezes um sonho cutuca
querendo dizer,
que sublinhei na perda dos sonhos
a saudade do que vai vir
e a do que não vivi.

A gente vai vivendo tanto ser ver,
que, quando acaba vindo um sonho,
na suave significação do talvez,
a gente esquece quem é,
mistura o que sente,
pensa que tá tudo errado
e provém o medo.

E aí quando a gente vê
que tá vivendo sem ver
e enxergando o nada,
ao invés virar o porém
e variar a vida,
angariar amores,
e ir, e ir,
seguimos e vamos,
enganando manadas
e emoções.

A gente vivendo sem ver,
na verdade são vários,
são os seres de mim
que habitam em nós.
Pois essa história de viver assim
não é normal.
O a gente sou eu.
Conflitante, conflituoso,
cáustico, caótico e enigmático,
na vertente de nadar sem enxergar horizonte.

Às vezes, ir vivendo sem ver,

parece melhor,
parece vantagem,
mas talvez não seja.

3 comentários:

Unknown disse...

não entendi pq ainda não tinha nenhum comentário aqui! Você está certo, certíssimo nessa história de "viver sem ver".

Unknown disse...

não entendi pq ainda não tinha nenhum comentário aqui! Você está certo, certíssimo nessa história de "viver sem ver".

Clarice Mendes disse...

"A gente vai vivendo tanto ser ver,
que, quando acaba vindo um sonho,
na suave significação do talvez,
a gente esquece quem é,
mistura o que sente,
pensa que tá tudo errado
e provém o medo."

é exatamente isso!!
:)