quinta-feira, 14 de maio de 2009

Por Pouco.

Por que tão caótico
o terror de terminar
se teus ouvidos
eram somente
aluguel de minhas injúrias?

Pra quê penar por ti,
nesse medo de se dar,
se temer foi impedir
o que mal começamos?

Por existir e estar
propenso a viver,
suspenso no ar,
suplantei meu mal
pra falar a mais,
pra talvez cobrir
o que falavas de menos.

Por repetir
todas as frases que quis
e olhar teu vício latente
ora contente a refletir
o que te dizia,
ora inseguro com os desejos
e sentidos que eu declarava.

Por suportar o se
e suar num porém,
sacrificamos o que é
e o que possível seria,
num detrito de dúvida
a duvidar da liberdade
indulgente dos dias.

Pra quê fazer disso um tanto,
se um reles envolvimento
demandaria bem menos
e nos daria bem mais?

Pena, então,
perceber
que existir e ser
apenas,
nunca será
o suficiente.

3 comentários:

Thaís Salomão disse...

tas cada vez mais se deixando ser transparente.

muito bom, bernardo!

Unknown disse...

eu ja tava com saudade de berenice!!

vc mantem o nivel sempre!! adorei =)

Elisa Lis disse...

Nunca, nunca é suficiente!